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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TEXTO-A IMPORTANCIA DE PLANEJAR

EMEIEF-HERMANO CHAVES FRANCK


SEMANA PEDAGÓGICA
JANEIRO-2011
A importância do Ato de Planejar
“Quem ensina, aprende ao ensinar
e quem aprende ensina ao aprender”
Paulo Freire
Leia e reflita o texto a seguir:
A necessidade do planejamento faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa. No dia-a-dia, o ser humano está sempre enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as suas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de sua rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais a fim de alcançar o que desejamos.
O planejamento está na base do currículo escolar. Planejamento escolar, plano de ensino e planejamento de aula, do geral ao particular, todos estão relacionados e são fundamentais para que o currículo escolar aconteça, pois o planejamento é um meio para se programar as ações, mas é também um momento de pesquisa e de reflexão intimamente ligado à avaliação.
Para poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e para atender as necessidades do(a) educando(a) é preciso saber, antes de mais nada, com quem se irá trabalhar. Essa é a primeira etapa do processo de planejamento. É preciso conhecer a comunidade, seus problemas mais candentes, como ela se organiza, o que faz para superar suas dificuldades, quais seus momentos coletivos, de festividade e confraternização. É preciso conhecer as crianças com quem se irá trabalhar, o ambiente social e familiar em que vivem, e conhecê-la também em suas particularidades e singularidades. Para isso, toma-se necessário levantar e estudar cuidadosamente os elementos dessa realidade. Para que o planejamento possa ser coletivo, é preciso que comunidade e escola possam dialogar e refletir juntas para traçar as ações a serem desenvolvidas. O planejamento deverá, na medida do possível, incluir a comunidade, ouvir suas demandas, envolvê-la no projeto escolar. Para isso, a escola deverá promover encontros coletivos para pensar qual é o seu papel na comunidade. A partir desses encontros, a escola terá em mão as demandas sociais da comunidade e estabelecerá compromissos para que a comunidade acompanhe as atividades e o processo de ensino e aprendizagem.
Nesse momento a(o) educadora(or) resgata da comunidade os elementos para o trabalho pedagógico. Esse resgate já é uma atividade pedagógica da escola e tem como elemento essencial a pesquisa, na qual os(as) educando(as) devem estar envolvidos, pois já constitui um processo de ensino e aprendizagem e de autoconhecimento. Nesse trabalho se caracteriza e se descreve o ambiente; se define e identifica problemas; se aponta e hipotetiza soluções.
Mas, se os (as) educando (as) já conhecem sua realidade, o que haverá de novo nesse processo? Nesse levantamento, a escola se aproxima do saber popular, impregnado de experiências dos indivíduos e dos coletivos, de mitos, de representações sociais, religiosas, relacionadas ao trabalho e à educação familiar de concepções de campo e de cidade. Esses saberes orientam as decisões e os comportamentos das pessoas, individual e coletivamente. A meta é que e o saber popular se transforme em situações de estudo, de problematização. É neste momento que a(o) educadora(or) colocará o estudante diante de outros saberes, que são os saberes científicos, acumulados pela humanidade. Tais conhecimentos somente adquirem sentido se forem recepcionados com o mundo da criança e se forem situados historicamente para ela, tecendo ligações entre o saber popular e o conhecimento científico.
O que significa esse diálogo entre o saber popular e o saber científico? Esse é o caminho para a ressignificação do mundo da criança. Introduzir novos conceitos permitirá que ela possa pensar e transformar sua realidade. Refletindo sobre ela através de outros conhecimentos, poderá entender de forma crítica os conceitos. Por exemplo, se ao estudar a chuva, a criança além de entender sua formação também entender o quanto chove em seu lugar, o que mudou, e porque mudou. O conjunto de saberes da comunidade é ponto de partida, de ligação e de ressignificação do mundo. O papel da escola é propiciar o acesso a esses conhecimentos de modo crítico. Significa que nem todo conhecimento promove a humanização, pois pode impedir o ser humano de se compreender historicamente, tratando a realidade de forma estática e imutável.
Um planejamento mais amplo poderá guiar os passos mais específicos do trabalho educativo. Com ele, a( o) educadora( or) poderá perceber que cada tarefa desenvolvida na escola ou em aula pode ter uma ligação com o mundo da criança. Na metodologia do Programa Escola Ativa é necessário relacionar, organizar e sistematizar as atividades encontradas nos Cadernos de Ensino e Aprendizagem, fazendo sempre ligações. Deve-se, porém, ter o cuidado de ressaltar que o planejamento deve ser articulado com outras fontes de pesquisa para ampliar o tema abordado em sala de aula.
O êxito educativo não depende somente do trabalho educativo e do método de ensino e de aprendizagem. Nas classes multisseriadas é necessário maior apoio à(ao) educadora(or). Família, contexto social, condições da escola e outros influenciam também na educação escolar. Entretanto, o trabalho docente tem um peso significativo ao proporcionar condições efetivas para a aprendizagem e para o desenvolvimento da criança.
Por outro lado a( o) educadora( or) precisa estar em constante estudo com seus pares, para que haja continuidade. O ideal é que o planejamento e a auto¬avaliação sejam processos permanentes e mutuamente dependentes. Para isso, o exercício proporcionado pelos coletivos é uma excelente oportunidade de ensino e de aprendizagem para educadores(as) e supervisores(as) estudarem. Trocar informações e experiências, discutir e ampliar os conhecimentos, o intercâmbio de idéias, são atividades realizadas . Toda essa interação é necessária, pois quanto mais trocas houver maiores serão as chances de trabalho proveitoso, oportunizando um planejamento consistente, deve partir de situações pedagógicas da sala de aula, possibilitando o surgimento de outras questões, com as orientações e as intervenções necessárias.
O planejamento pedagógico deverá acontecer nesse espaço, com orientações e sugestões, garantindo-se momentos de estudo do Programa para educadores(as) e supervisores(as), na busca do aprimoramento no desenvolvimento da estratégia. Esse espaço de estudo precisa manter o vínculo com os acordos estabelecidos junto à comunidade.
Essa ação conjunta possibilita ao educador(a) tomar suas aulas um espaço privilegiado de apropriação do conhecimento, evitando a improvisação. Assim, ao se falar em planejamento, tem-se:
• O Projeto Político Pedagógico/Plano Escolar - é um guia de orientação para o planejamento do processo de ensino. As(os) educadoras(os) precisam ter em mãos esse plano abrangente que integra todos os aspectos da atividade escolar, compreendendo currículo e avaliação, capacitação de educadores, administração e organização da escola.
• O Plano de ensino - é um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano ou semestre.
• O Plano de aula - é o detalhamento do plano de ensino. Na elaboração do plano de aula deve-se levar em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável.
Quanto à distribuição de conteúdos, sugerimos que o educador (a):
1) Trabalhe leitura todos os dias.
2) Trabalhe Matemática todos os dias.
3) Trabalhe Geografia, História ou Ciência Natural duas horas por semana cada uma. (Os conteúdos de Português e Matemática podem ser abordados no estudo das outras matérias).
4) Sugerimos, ainda, que o tempo diário seja dividido entre atividades dentro da sala, com os livros ou não, e atividades fora da sala de aula, buscando unir todo o grupo.
No ato de planejar deve estar presente a proposta pedagógica que proporciona coerência entre a ação e a visão de educação e de escola. O ato de planejar a escola precisa ser entendido como uma maneira de situar-se num horizonte de possibilidades, de projeto de futuro, de formação do ser humano que se quer. Dissociar a tarefa pedagógica do aspecto político é difícil, visto que o "educador é político enquanto educador, e o político é educador pelo próprio fato de ser político" (GADOTTI, FREIRE, GUIMARÃES, 2000, pp. 25-26).
O processo de construção da proposta pedagógica da escola deve ser pautado pela Ação-Reflexão-Ação, levando em consideração as três dimensões do processo de planejamento: a realidade (a sociedade e a escola que temos), a finalidade (a sociedade e a escola que queremos), e a mediação (como aproximar a sociedade/ escola que temos da sociedade/escola que queremos). Muitas vezes o que percebemos em algumas escolas é a elaboração de um projeto voltado mais para o cumprimento de uma exigência legal do que para a definição de caminhos.
Assim, não se pode dissociar a avaliação do planejamento. Enquanto o planejamento dimensiona o que se vai construir, a avaliação subsidia essa construção, porque fundamenta novas decisões. O planejamento é o ato pelo qual se decide o que construir, a avaliação é o ato crítico que subsidia na verificação de como o projeto está sendo construído.
A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva político-social como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua construção. Ou seja, a avaliação, como critica de percurso é uma ferramenta necessária ao ser humano no processo de construção dos resultados que se planificou produzir, assim como o é no redimensionamento da direção da ação. Ela faz parte de modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível. Assim, é importante refletir sobre o ato de planejar a todo o momento. Para o educador essa é a hora de repensar a ação pedagógica.

SUCESSO!!!

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